O artista Miguel Gontijo ganha espaço em biblioteca na FUMEC
Confira a nota publicada no site da FUMEC sobre a exposição de Miguel Gontijo.
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"O artista Miguel Gontijo ganha espaço na Biblioteca da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde
Abertura acontece dia 01º de agosto; obras permanecem para visitação até dia 02 de setembro
Ganhador do prêmio de melhor artista contemporâneo (2010), concedido pela Associação Brasileira dos Críticos de Arte, Miguel Gontijo é um dos mais brilhantes pintores da atualidade mineira, capaz, como poucos, de combinar técnica apurada com vasta cultura intelectual. Sua técnica lhe permite registrar a imagem que bem quiser, como se as recortasse de revistas ou livros. Mas não as recorta; desenha ou pinta. Ele sabe fazê-lo. Erudição, por seu turno, que lhe dá sustentação na escolha das cenas que compõe. Miguel não pinta, simplesmente. Ele registra, sob a forma de quadros, mensagens fortes. Não quer apenas proporcionar o prazer estético do que é belo. Quer sacudir o espectador, exigindo mais que seus olhos: quer seu raciocínio, seu intelecto, seu pensamento. Isso, quando não busca tocar-lhe as vísceras, torcê-las. Miguel é capaz de torturar com imagens.
Miguel Gontijo transita entre o dadaísmo, o realismo fantástico e a arte pop. O salto do dadaísmo ao surrealismo é muito fácil. Um é pai, o outro é filho. Do surrealismo à arte pop, o salto é mais difícil, pois seria preciso dizer, com muita cara de pau, que a pintura pop é filha bastarda do surrealismo, o que qualquer crítico de plantão ou professor de Belas Artes contestaria de chofre.
Digo dadaísta porque Miguel é iconoclasta. Ele se apodera da arte acadêmica clássica, do renascimento ao século XIX, para retalhar suas imagens, colher fragmentos e recontextualizá-los, dando-lhes uma dimensão não raro aterrorizante, como um sonho ou pesadelo. Refaz para destruir um lirismo falso e jogar ante o espectador uma verdade crua. O quadro grita: "não faça de conta que não sabe!" Essa verdade, todavia, não é apresentada de forma racional. O pintor parece recusar a lógica do consciente: prefere a alogia do inconsciente, o mundo onírico onde os objetos fogem às equações racionais. Daí o surrealismo. Um surrealismo de negação: dadaísta. Captura os olhos e persegue o estômago: arte que causa arrepios. Uma pintura que por vezes arranha. Não por negligência ou imprudência, mas dolo: vontade consciente de sacudir o espectador, de forçar-lhe a pensar. Nunca se é inocente diante de uma tela de Miguel Gontijo. Elas não foram feitas para exculpar, mas para espiar. A curadoria é do professor da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde, Gladston Mamede.
Agora, Miguel Gontijo está na Biblioteca da FUMEC."
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